Os Jogos Indígenas Pataxó, desde sua gênese em 2000 na Escola Pataxó Coroa Vermelha como culminância do Telecurso 2000 do Canal Futura, transcendem a esfera da competição esportiva. Erigem-se como uma celebração pulsante da cultura, da história e da identidade do povo Pataxó, firmando-se como um marco indelével no reconhecimento e na valorização do desporto indígena no Brasil. Nesse contexto multifacetado, a identidade visual assume um papel primordial, extravasando a mera função estética para se consolidar como um elemento axial na comunicação, no robustecimento da autoestima e na projeção da opulência cultural Pataxó para o mundo.
Desde as edições inaugurais, ecoando na Aldeia Pataxó Coroa Vermelha, os Jogos Indígenas Pataxó manifestaram um espírito vanguardista ao congregar diversas aldeias em torno do esporte, tanto em suas modalidades tradicionais quanto adaptadas. Essa iniciativa visionária alçou os Pataxó à dianteira do movimento de enaltecimento das práticas esportivas autóctones, exercendo influência e inspirando a realização de eventos análogos em outras etnias e em âmbitos mais amplos. A audácia de promover um evento dessa magnitude, imbuído do propósito de fortalecer os laços comunitários e consolidar as tradições, atesta a força e a organização intrínsecas ao povo Pataxó.
Atualmente, testemunhamos a 25ª edição dos Jogos Indígenas Pataxó na Aldeia Pataxó Coroa Vermelha, situada em Santa Cruz Cabrália, Bahia. Paralelamente, os jogos florescem em outras aldeias Pataxó em municípios diversos, a exemplo dos Jogos Indígenas Pataxó em Porto Seguro, Bahia.
A identidade visual de um evento irradia uma importância superlativa, reverberando diretamente no seu sucesso e na percepção que o público nutre em relação a ele. Conscientes dessa premissa, os Jogos Indígenas Pataxó empreenderam a iniciativa de forjar uma identidade que pudesse se destacar nos documentos do evento, considerando que a Aldeia Pataxó Coroa Vermelha já possuía uma logomarca estabelecida para seus documentos oficiais. Inicialmente, os jogos careciam de uma identidade visual definida, com convites e planilhas de comunicação com equipes, organização, apoiadores e patrocinadores sendo elaborados de maneira rudimentar. Contudo, no ano de 2005, marcou-se a criação da primeira versão da logomarca dos jogos, inspirada em uma pintura rupestre encontrada através de pesquisas online.
Essa imagem embrionária almejava representar um indígena em ato de arremessar uma lança, ilustrando a essência do esporte indígena. A partir desse momento seminal, a imagem passou a integrar todos os materiais dos jogos, deflagrando o processo gradual de aprimoramento da identidade visual do evento.
Um obstáculo inicial residia na carência de domínio de ferramentas de edição de imagens por parte da equipe indígena organizadora, desprovida tanto do conhecimento técnico quanto dos equipamentos necessários. Apesar dessa limitação, a logomarca foi progressivamente conquistando espaço dentro da identidade visual do evento. A apresentação da primeira versão do material de divulgação catalisou a busca por aprendizado no manuseio de softwares de edição, sendo o CorelDraw o primeiro programa utilizado para aprimorar a logomarca. Com esse avanço, o evento adquiriu uma identidade visual formal, pavimentando o caminho para a identidade visual robusta que se observa atualmente.
Uma das logomarcas que perdurou por um período significativo nos materiais de divulgação passou por um processo de refinamento notável, evoluindo de uma representação de pintura rupestre para um design mais inovador, que exala a força, a luta e a riqueza intrínseca à cultura Pataxó.
Essa imagem emblemática consolidou-se em todos os materiais de identidade visual dos Jogos Indígenas da Aldeia Pataxó Coroa Vermelha, tornando-se uma referência para o surgimento de novas logomarcas. Com a crescente disponibilidade de aplicativos e programas de edição de imagens, e o aumento do número de indivíduos com domínio dessas ferramentas, as possibilidades de criação de imagens que fortalecem a identidade visual dos eventos desportivos indígenas, especialmente os Jogos Pataxó, tornaram-se virtualmente ilimitadas.
Nos Jogos Indígenas Pataxó de Porto Seguro, por sua vez, foi concebida uma logomarca específica, adotada como identidade visual, incorporando detalhes distintos e cores vibrantes inspiradas nas tonalidades utilizadas nas pinturas corporais Pataxó.
Atualmente, cada organização dos Jogos, a depender da aldeia anfitriã, possui uma logomarca singular, empregada nos materiais de divulgação e nas plataformas de mídia social. No início dessa jornada, a magnitude desse crescimento e a emergência de novas identidades visuais eram imprevisíveis.
A organização do evento passou a buscar orientação junto a fotógrafos e profissionais do audiovisual, visando aprimorar a imagem do evento. Um exemplo concreto dessa busca por melhoria foi uma reunião com diversos profissionais, durante a qual foi apresentado um vídeo de uma edição dos jogos anterior à preocupação com a estética visual do evento.
A análise do vídeo revelou diversas situações que “poluíam” a imagem: faixas promocionais inadequadas, banheiros químicos mal posicionados e iluminação deficiente foram prontamente identificados pelos profissionais, que orientaram a implementação de mudanças cruciais.
As faixas de apoiadores, por exemplo, frequentemente exibiam cunho político, um aspecto que não agregava valor ao evento. Os banheiros químicos, dispostos em locais inadequados, muitas vezes obstruíam a visão do mar, prejudicando as fotografias e vídeos capturados tanto pela imprensa quanto pelo público visitante.
Um dos pontos mais críticos identificados foi a iluminação precária do evento. A iluminação inadequada resultou na perda de inúmeras fotografias e comprometeu a qualidade visual dos materiais produzidos, impedindo que a real dimensão e beleza do evento fossem adequadamente retratadas. Após essas valiosas orientações, uma atenção redobrada foi dedicada a esses detalhes, elevando significativamente a qualidade das imagens e impulsionando a divulgação do evento nas redes sociais, alcançando um público diversificado (turistas, jornalistas, moradores e atletas).
Os Jogos passaram a ostentar uma identidade visual marcante, enriquecida por detalhes e cores que evocam a cultura Pataxó, presentes nos materiais de divulgação, nos kits dos atletas e da comissão organizadora, consolidando a importância da identidade visual do evento.
Uma situação peculiar ocorreu durante o processo de impressão de uma das logomarcas idealizadas. Ao chegar à gráfica, um designer gráfico ofereceu-se para realizar ajustes na marca. Dada a ausência de referências anteriores e a necessidade de orientação profissional, a sugestão foi prontamente aceita. O resultado surpreendeu pela riqueza de detalhes, culminando na consolidação daquela imagem como a principal logomarca dos Jogos Indígenas Pataxó de Porto Seguro.
Essa logomarca singular tornou-se o símbolo dos Jogos realizados em Porto Seguro, embora sua substituição futura não esteja descartada, mantendo-se como a marca oficial até o presente momento.
Nos Jogos Indígenas Pataxó de Coroa Vermelha, atualmente coordenados pela juventude Pataxó, foi criado um layout inovador, incorporando novos detalhes e símbolos da rica cultura Pataxó. Essa iniciativa da juventude evidencia uma tendência crescente nas aldeias, onde os jovens assumem um papel de liderança na condução dos eventos. Esse novo layout manifesta-se na forma de logomarca, nas fotografias e nos vídeos divulgados nas redes sociais, encantando e fortalecendo a luta do Povo Pataxó.
Nesse cenário de protagonismo indígena, a identidade visual dos Jogos Indígenas Pataxó desempenha um papel multifacetado e crucial:
* Representação Cultural: Cores vibrantes, grafismos ancestrais e símbolos tradicionais Pataxó, integrados em logotipos, uniformes, materiais de divulgação e espaços de competição, comunicam visualmente a cosmovisão, os mitos, a história e a arte singular do povo. Cada elemento visual porta consigo significados profundos, transmitindo a singularidade e a beleza da cultura Pataxó tanto para os participantes quanto para os espectadores.
* Fortalecimento da Identidade e da Autoestima: Uma identidade visual bem definida e genuinamente representativa contribui significativamente para o senso de pertencimento e o orgulho intrínseco entre os atletas e as comunidades Pataxó. A visualização de seus símbolos e cores estampados nos jogos reforça sua identidade cultural e eleva a autoestima coletiva, evidenciando a força e a vitalidade de sua herança ancestral.
* Comunicação e Divulgação: Uma identidade visual impactante e memorável facilita a comunicação e a divulgação dos Jogos Indígenas Pataxó para um público mais amplo e diversificado. Ela atrai a atenção da mídia, de potenciais parceiros e da sociedade em geral, promovendo o conhecimento aprofundado sobre a cultura Pataxó e a relevância do desporto indígena no cenário nacional.
* Diferenciação e Reconhecimento: Em um panorama repleto de eventos esportivos, uma identidade visual única e autêntica auxilia na diferenciação dos Jogos Indígenas Pataxó, consolidando sua imagem distintiva e facilitando seu reconhecimento como um evento pioneiro e de inegável relevância cultural.
* Legado e Memória: A identidade visual dos Jogos Indígenas Pataxó transcende o presente, integrando-se à história do evento e ao legado duradouro do povo Pataxó no âmbito do desporto indígena. Ela perpetua a memória das edições passadas e inspira as futuras gerações a manterem viva essa importante manifestação cultural e esportiva.
Em suma, a identidade visual dos Jogos Indígenas Pataxó configura-se como um fenômeno que extrapola a mera reunião de elementos gráficos. Ela personifica a representação visual da alma de um povo pioneiro que, desde o ano 2000, utiliza o esporte como um poderoso instrumento de união, celebração e afirmação de sua rica e ancestral cultura. Ao investir em uma identidade visual robusta e autêntica, os Pataxó não apenas enriquecem esteticamente seu evento, mas também fortalecem sua identidade coletiva, comunicam sua história ímpar e perpetuam seu legado para as futuras gerações, assegurando a continuidade dessa vibrante expressão cultural.
